terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Por você, Dor.

Acabo de presenciar algo que me fez pensar
Acabo de pensar em uma alternativa viva
Acabo de viver e o que eu faço?
Passo manhãs, dias, passo noites em claro
Uma clara idéia acaba de surgir
Não vale a pena toda essa pena
Que pena...
Mas do que adianta, o motivou já passou

Acabo de ouvir, de sentir...
E me deu...pena...
Não posso mais, eu posso
Vou dar valor ao verdadeiro
Tá errado, não é justo
Dor, me desculpe as consequências

O que eu sinto por você me fez pensar em mim.
Acabou.


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Transbordo

A se deixar levar pelo canto
Aqui levo pouco mais de infinitos tons
E enche, enche um tanto
Segue livre, mas aos prantos
Puxa, puxa para dentro
Sou livre!
Mas não, não sai
Sei, basta respirar
Quanto mar!
Vou me afogar.

Infinito sol
Te peço
Faça o mar secar.

Aqui dentro bate um coração
Que quer amar.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nada

Outros chamam interesse
Outros egoísmo
Creio os dois
Dois não passam de um
O outro
Só para momentos de falta
Invenção moderna
Hiberna com tanta facilidade
Não importa a idade
Não se tem cuidado
Adeus, perdeu-se o tato
Odeio, isso é fato

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Semente do mal

A semente é plantada com ódio
O semeador se vai, mas a semente fica na terra
E terá que germinar
Essas sementes germinam tristeza
E geram fruto áspero e amargo

Quantas lágrimas caem até uma árvore crescer?



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Quereres

"Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim"

domingo, 14 de novembro de 2010

Até quando

Passo o tempo, o acalento cura
Numa noite vi o vulto andar
Nada agora que aparece dura
É tão raro quanto o verbo amar

Me parece um sinal do tempo
Um tanto quanto lento
Vindo me deixar

Uma marca feito tatuagem
Cuja cor parece o tom do azul luar

Aparece logo a essa altura
Deixa rastros que pra sempre ficará
E o que resta é o vago tempo
e como um soldado lento
Se põe a andar


Vou andar pra sempre, hoje, logo e sempre
Disso nunca vou deixar
Vou andar, vou andar...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Insanidade

Fico besta pois é inevitável numa hora dessas
Caramba, posso dizer tudo de forma racional e madura?
Nããão, definitivamente não posso!
Gosto! E gosto tanto! De um gostar que me deixa com um nó
Não controlo, não enrolo e não desolo, não desfaço esse nó
Que insiste em querer se transformar em laço
Por ser tão importante
Tão presente em mim
Tão bem amarrado
Siiim! Isso é um desabafo calado
E sim, é insano também
Ah! Como te quero tanto
E tão bem

sábado, 6 de novembro de 2010

Quer ver?

Diga menina, o que você quer?
Quero um dia ser grande, mamãe.
Quer ser grande? Então comece a olhar em volta.
Mas eu não consigo tirar os olhos do espelho!

Consegue fechar os olhos?
Sim
Que bom, já é um começo.
Agora é só viver.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nem queira saber

A visão pode atrapalhar algumas coisas.
Até mesmo coisas relevantes.
Quisera eu ver o que só quisesse.

Mas é vontade, contra-vontade, vontade outra vez.
É luta, perda e vontade outra vez
Outra vez

De vez em quando ela vem e passa
As vezes ela passa, você chega a dormir, e ela vem e te acorda
Te amarra, depois te solta e você sente falta

A falta, essa sim é inimiga da perfeição
É tão perfeito quando nada falta, nada se espera
Você passa a ser movido pelo vento das coisas
E nada espera, você segue, segue sem querer
Porque querer não é simples
Simplesmente porque não depende de você.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Em boa hora

É tarde, tenho que ir embora
Quero chorar
E ele diz: não chora
Eu sofro, preciso evitar
Não precisa ser toda hora

A noite caiu, veja a lua lá fora
Que vontade de ficar
Contemplar a aurora

Mas é tarde ou cedo demais, sei lá
Vou embora

domingo, 15 de agosto de 2010

Tiro

Não sai da memória essa história de contos contados a partir de fatos constatados minusiosamente sem cuidados relatados com valor aparente. Aparentemente o valor se encaixa em cada caixa de surpresa

com destreza o canhoto abre uma a uma e se espanta com tamanha miudez. O frio se encontrou mais uma vez

sentimentos se foram e não encontraram sentido
dito pelo não dito
o tiro perdido encontra seu lugar
isso não faz o menor sentido
pra mim, é só o que faz.

Feriu, mesmo sem sentido.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

1 ano e pouco

Lembra da rua?
Ela existe.

Lembra do amor?
Ele insiste.

Lembra do Veríssimo?
Ele mesmo disse.

Lembra do Vinícius?
Ele tinha razão.

Lembra do peregrino?
Ele perdeu a razão.

Lembra de mim?
Eu lembro de tudo isso.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Vista

Não relutei em me tirar daqui
Me atirei sem saber onde caí
Pois bem, o tempo foi
E veio sem força.

A onda foi levando, levando
E mesmo com meu nado insistente, decorrente
De corrente em corrente voltei à mansidão da praia
O doce mar azul era tão lindo
E por lá decidi ficar.

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Nadar na piscina seria mais fácil que nadar na praia
Você não precisa ir contra a maré e iniciar um combate profundo
Mas é o mar que te balança e te carrega pra onde ele quer
Por mais que alguém te segure e te traga à superfície
É tentador cair na água de novo
E ser balançada novamente pelas ondas.

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Então, depois de sair do mar, me encontrar com o ar
E pensar por alguns instantes que aquele frio abrasador seria constante...
Sentei na areia e vi você.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Frase que muito me fez pensar

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."