segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Veríssimo
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Bom dia!
Que são bons os dias que te vejo
E quando estou em sua companhia
As palavras são poucas e a explicação
Que procuro entender é que quando sinto
Mais do que costumo sentir
Seja isso o que for e de que forma for
A quantidade de palavras são inversas
Aos porquês e aos poréns, apenas sinto
E vejo dias mais alegres do que costumam aparecer
Sinto algo diferente do que costumo sentir
E digo um bom dia por ser um dia melhor do que costumo dizer
quarta-feira, 22 de julho de 2009
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Coração
Cansei de não achar
Cansei de tanto encontrar
Cansei de me perder
Hoje eu quero somente esquecer
Quero o corpo sem qualquer querer
Tenho os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão
Não sei pra onde vou
Não sei
Se vou ou vou ficar
Pensei, não quero mais pensar
Cansei de esperar
Agora nem sei mais o que querer
E a noite não tarda a nascer
Descansa coração e bate em paz"
domingo, 12 de julho de 2009
Enfim, só
Cesse toda aquela canção antes necessária diante do que lhe sente.
O apreço foi movido numa bomba relógio com hora certa de explodir.
Tudo se mostrava em ordem, cronologicamente organizado.
Data, hora, lugar, tudo. Enfim, um sim, um não, e o acaso.
Se prepare pois a hora há de chegar. A hora do fim.
Todo início, suas razões, parecem destinados a ele.
Estranho seria pensar num começo, extremamente desnecessário.
Então pense no decorrer da história, esse sim importa.
O resto é só demarcação de tempo. Veja bem, demarcação.
Enquanto ao seu apreço,
Enfim só.
Moral da história
AMOR, Clarice Lispector
sexta-feira, 3 de julho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Peregrino
Não leu muitos autores nem viveu grandes amores
Andou de lá pra cá sem saber onde queria ir
Sem saber se queria chegar ou partir
O fato é que a dúvida não perecia e quando se resolvia
Revolvia sem pedir licença a ponto de mudar tudo
O que antes parecia certo ou ao menos concluso
Se foi ao passo de um instante no qual cabia
Uma vida
Foi sem pedir conselho
Chegou sem pedir permissão
Ao tudo e ao nada era somente ele
A grande missão
O medo poderia impedir
O medo do regresso e não o da partida
Não adiantou, seguiu em frente sem saber
Por que? Onde? Quando? Cadê?
Nada disso foi necessário
Pois no fim o que partiu não voltou
Partiu
terça-feira, 31 de março de 2009
O verbo no infinito
O amor em carne e a carne em amor nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir pra poder chorar
Para poder nutrir-se, e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito."
(Vinícius de Moraes)
terça-feira, 24 de março de 2009
Sem palavras
Dizendo começo por dizer nada
Por não bastar uma palavra pra dizer
O que não tem nexo pra quem a vê
Como dizer o que assim bastava
Sem ter dito absolutamente nada
Dizer o que, se não existe uma palavra
Cabível para quem fala
E continuo assim sem falar uma palavra
Que não existe por não caber
Sem sentido para quem não ouve
Mas vital pra quem a lê
E ler o que?
segunda-feira, 16 de março de 2009
Voz
Querer é poder, e não é balela
Nem clichê, pois diz exatamente o que não se diz
O tanto não depende do quando ou do porquê
Sai da boca pra fora de quem pede bis
Vai, pois quem um dia ganhou também foi sonhador
Insistir é apenas o começo, o passo seguinte é o que conta
Desistir parece mais apropriado pra curar a dor
Mas torna tudo um grande jogo de faz-de-conta
Ao chegar não diga nada, agora sim espere
E veja com seus próprios olhos o alcance de uma voz
Que parecia tão calada, e invencível findou uma jornada
E mais uma coisa eu te digo, meu irmão
Recupere o fôlego, recomponha seu pulmão
E se prepare pra cantar outra vez mais uma canção
quarta-feira, 11 de março de 2009
Rua
No começo não dizia mais que meia dúzia de palavras.
Apenas observava, mas isso não bastava.
Queria mais. Queria sentir alegria de viver. Encontrar, gargalhar, sem medo.
Um dia acordou, deu de cara com a rua e decidiu encarar.
Percebeu que o problema, se é que se pode chamar assim, não era com a rua.
E que a tal alegria de viver era algo que vinha de dentro, de seu próprio ser e resplandeceria à sua volta, contagiando quem por perto estivesse.
Então se deu conta que o importante não era como a rua o via, era um mero detalhe, mas sim como via a si mesmo. Tarefa difícil...
quinta-feira, 5 de março de 2009
Amor
Ter o amor de quem se ama no ir, ficar, voltar e encontrar de forma intacta o que começou.
E não importa para onde se vá e o que se encontre, lá sempre estará o amigo.
Ouve, perdoa. Sem condições, sem questões.
Diz, sinceramente. Tudo, ou quase tudo.
Olha, sem dizer nada. E diz tudo.
Ri, da mais pequena graça. Mesmo sem ter a menor graça.
Chora. Sem querer lenço, apenas um colo.
E ama. O mais profundo amor. Que não há tempo, apenas existe.
A todos os amigos.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
...
Cada ponto à sua maneira
Cada fato beira
O rancor, a mágua
De nada adiantam, nada acalma
Prego amor e não ardor
De ser quem sou a cada instante
De uma vida que vale a pena ser vivida
E se mostra sempre bela
Mesmo que em passos não firmes
Caminho sempre num ritmo marcado
Pelo conforto de ser
E ser sempre melhor nessa inconstante vida
Que vale demais a pena ser vivida
Cada ponto como um só. Ponto.