domingo, 15 de agosto de 2010

Tiro

Não sai da memória essa história de contos contados a partir de fatos constatados minusiosamente sem cuidados relatados com valor aparente. Aparentemente o valor se encaixa em cada caixa de surpresa

com destreza o canhoto abre uma a uma e se espanta com tamanha miudez. O frio se encontrou mais uma vez

sentimentos se foram e não encontraram sentido
dito pelo não dito
o tiro perdido encontra seu lugar
isso não faz o menor sentido
pra mim, é só o que faz.

Feriu, mesmo sem sentido.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

1 ano e pouco

Lembra da rua?
Ela existe.

Lembra do amor?
Ele insiste.

Lembra do Veríssimo?
Ele mesmo disse.

Lembra do Vinícius?
Ele tinha razão.

Lembra do peregrino?
Ele perdeu a razão.

Lembra de mim?
Eu lembro de tudo isso.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Vista

Não relutei em me tirar daqui
Me atirei sem saber onde caí
Pois bem, o tempo foi
E veio sem força.

A onda foi levando, levando
E mesmo com meu nado insistente, decorrente
De corrente em corrente voltei à mansidão da praia
O doce mar azul era tão lindo
E por lá decidi ficar.

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Nadar na piscina seria mais fácil que nadar na praia
Você não precisa ir contra a maré e iniciar um combate profundo
Mas é o mar que te balança e te carrega pra onde ele quer
Por mais que alguém te segure e te traga à superfície
É tentador cair na água de novo
E ser balançada novamente pelas ondas.

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Então, depois de sair do mar, me encontrar com o ar
E pensar por alguns instantes que aquele frio abrasador seria constante...
Sentei na areia e vi você.